sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sociedades Incas

Sociedades Incas



Localização da Civilização Inca

A sociedade inca caracterizava-se por três grandes grupos sociais. No ápice da pirâmide temos o grande Inca o qual realizava o culto ao Sol. Os sacerdotes eram responsáveis por sacrifícios, adivinhações e também pela educação de jovens nobres.

Em seguida vinham os nobres que geralmente eram membros da família do Inca, ou descendentes dos chefes de clãs que passaram a integrar o império. Foram chamados de orejones pelos espanhóis porque usavam olhereiras.

Os yanaconas eram uma espécie de escravos selecionados entre prisioneiros de guerra ou populares que eram encarregados de proteger seus senhores, administrarem terras do Templo do Sol e os armazéns de abastecimento.
Somente altos funcionários e chefes militares podiam ter a seu serviço os yanaconas os quais, é importante lembrar, podiam possuir bens, o que não nos permite confundi-los com escravos. Apenas um dos filhos do yana era escolhido para continuar a atividade do pai. Alguns viviam em meio ao fausto de Cuzco enquanto outros serviam curacas pobres em regiões distantes.

Algumas mulheres também eram escolhidas para serem educadas nos monastérios do Sol por mulheres mais velhas e descendentes da etnia dos incas. Algumas tornavam-se esposas secundárias do imperador, outras eram dadas em casamento a quem o imperador desejasse e outras permaneciam virgens para poder participar do culto solar. Ao lado da atividade ritual estas mulheres também se dedicavam a fiar e a tecer. O número delas por vezes era tão grande (perto de 2000 mil), que permitia uma produção que escapava a política de reciprocidades tradicionais. O mesmo ocorria com a produção dos yana favorecendo a desagregação das antigas formas de solidariedade social. Portanto as relações sociais estavam em transformação indicando uma tendência de transformação do Estado.

O povo tinha um papel extremamente importante na sociedade na medida em que era responsável pela sobrevivência alimentar através do cultivo da terra e, também, pelas guerras que faziam pelas guerras que faziam parte das formas de controle da produção em uma área bastante extensa.

As terras eram divididas em três partes. Os produtos obtidos do cultivo da primeira parte eram oferecidos ao culto do Sol, os da segunda parte para o Inca e os da terceira parte para a comunidade.

Sociedade

Infancia

A infância de um inca pode parecer severa para os padrões atuais. Ao nascer, os incas lavavam os bebês com água fria,os embrulhavam numa manta e os colocavam em uma cova no chão. Quando a criança alcançava um ano de idade, esperava-se que andasse ou ao menos engatinhasse sem qualquer ajuda. Aos dois anos de idade, as crianças eram submetidas a ritual, no qual lhes cortavam os cabelos, determinando assim o fim da infância. Desde então, os pais esperavam que os filhos ajudassem em tarefas ao redor da casa. A partir daí, as crianças eram severamente castigadas quando se portavam mal. Aos quatorze anos os meninos eram vestidos com uma tanga, sendo então declarados adultos. Os meninos mais pobres eram submetidos a vários testes de resistência e de conhecimento, ao fim dos quais lhes eram atribuídos adornos (brincos) coloridos e armas. As cores dos brincos determinavam o lugar hierárquico que ocupariam na sociedade.

A Educação (Escolas)

Os incas eram chamados pelos deuses para dar conhecimento a sua civilização.

Os pais eram os educadores por excelência entre o povo comum. Os homens aprendiam a cultivar, caçar, fazer cerâmica, tecer. As mulheres aprendiam a cozinhar, limpar e cuidar dos animais.

Além dessa instrução, eles também mostravam aos filhos comportamento social adequado. Essa educação tinha dois lados:positivo, de bons conselhos, e corretivo, castigando-os quando violavam as pautas de comportamento estabelecidas. Os castigos eram aplicados, às vezes, de forma muito violenta, como chicoteando ou arranhando com espinhos muito afiados.

Depois dos pais, os mais velhos constituíam o segundo nível pedagógico. Sua influência educativa era enorme porque eram considerados portadores de valores fundamentais: experiência e tempo.

Só os filhos da família real e dos nobres concorriam às escolas. Acreditava-se que as ciências pertenciam somente a eles.

A educação nas escolas se limitava à aprendizagem de conteúdos de memória. Compreendia um extenso programa de religião, governo, civilidade, arte militar, cronologia, história, educação dos filhos, poesia, música, filosofia e astrologia.

Os professores eram chamados de amautas, um sinônimo de sábio ou filósofo, e eram muito queridos.

As escolas se concentravam em um bairro de Cuzco e eram denominadas Yacha huaci, ou casas de aprendizagem. Ali viviamos amautas e os havarec, também chamados poetas.

O mais surpreendente é que toda essa aprendizagem era feita somente com a ajuda dos quipos, ou contas de nós, onde registravam sua história, sua legislação, sua demografia, os depósitos e gastos estatais.

Religião

Religião dos Incas

Os incas construíram diversos tipos de casas consagradas às suas divindades. Algumas das mais famosas são a Casa do Sol, em Cuzco, o templo de Vilkike, o templo do Aconcágua (a montanha mais alta da América do Sul) e o Templo do Sol,no Lago Titicaca.

O Deus Sol

O Deus Sol proporcionava luz, calor e regia as estações do ano e o ciclo agrícola. O representante de Inti na terra era o Inca. Mama Quilla, a Lua, era a irmã e a esposa do Sol e afetava o mundo feminino. Os templos que foram construídos para ela tinham suas paredes revestidas com folhas de prata.

Huacas

Um huaca era uma força sobrenatural que encarnava em qualquer objeto ou lugar sagrado. Cada colina, rio, rocha e cadamanifestação singular da natureza ou objetos específicos, tais como templos, eram considerados por si próprios por serem sagrados. Eles tinham uma forte relação com o culto aos antepassados, cuja máxima expressão era a mumificação do corpo de cada Inca.

Os mallqui, cadáveres sagrados e mumificados dos fundadores dos ayllu, formavam uma categoria especial de huaca e, como as outras, eles eram hierarquizados.

Os huacas eram ordenados no espaço e hierarquizados de acordo com suas funções e com o prestígio daqueles que representavam e de quem recebiam o culto. O Cuzco mesmo era um huaca impressionante e em torno dele, orientados em linhas ou ceques que partiam em todas as direções, se organizavam no espaço os huacas.

Como as huacas tinham poderes especiais, ofereciam-se oferendas em troca de ajuda. Crianças eram oferecidas como sacrifício e as lhamas eram mortas e enterradas junto com elas.

Sacerdotes

Os sacerdotes Incas parecem ter sido mais importantes no começo do Império, quando tinham cargos relevantes e tentaram se apoderar da administração. Derrotados pelos nobres, eles tiveram que abrir mão de seus privilégios, entreeles o de dar acesso ao povo à sua profissão.

Nas cerimônias, Villca Humu, se cobria com uma manta branca e se enfeitava com um peitoral de ouro em forma de meia lua, com braceletes e pulseiras de ouro, com uma tiara do mesmo metal, em que figura

Sacrifícios

Os sacerdotes comuns eram os hatun villca, encarregados do culto e dos sacrifícios. Todos os dias, ao amanhecer, matavam uma lhama branca no seu templo. Depois de o animal ser degolado, eles lhe arrancavam o coração, os pulmões e espalhavam o seu sangue formando a imagem do Sol. Se o ritual não fosse realizado com cuidado, poderia provocar grandes males, como secas ou chuvas torrenciais.

Os incas ofereciam sacrifícios tanto de humanos como de animais, nas ocasiões mais importantes, na maioria das vezes em rituais ao nascer do sol. Grandes ocasiões, como nas sucessões imperiais, exigiam grandes sacrifícios, que poderiam incluir até duzentas crianças. Não raro as mulheres a serviço dos templos eram sacrificadas, mas a maioria das vezes os sacrifícios humanos eram impostos a grupos recentemente conquistados ou derrotados em guerra, como tributo à dominação. As vítimas sacrificiais deviam ser fisicamente íntegras, sem marcas ou lesões e preferencialmente jovens e belas.

A Cultura

Comidas

Apesar da dieta dos incas ser muito variada, havia muitas diferenças entre os alimentos consumidos pelos diversos setores da sociedade.

O povo só comia duas refeições por dia. O prato comum dos Andes era o chuño, ou farinha de batata desidratada. Adicionava-se água, pimentão ou pimenta e sal para então servir. Era também preparado o locro com carne seca ou cozida, com muito pimentão, pimenta, batatas e feijão. As pessoas comuns comiam ainda grandes quantidades de frutas, como a pêra picada ou o tarwi. O milho era bastante consumido e era preparado fervido ou torrado.

A Quinua real (pseudocereal de alto valor nutritivo) era chamada de "Grano Madre" ou "Grano de Oro" e venerada como símbolo religioso. Todos os anos, quando se iniciava a época do plantio, o próprio SAPA INKA (Supremo), com uma ferramenta de ouro maciço, abria simbolicamente o período de plantio da Quinua, chamada pelos Incas de "cereal milagroso" ou "mãe dos seres humanos".

Os nobres e a família real se alimentavam muito melhor. Em suas mesas não podia faltar carne, que era escassa para o povo. Ele comia carne de lhama, de vicunha, patos selvagens, perdizes da puna, rãs, caracóis e peixe.

A refeição começava com frutas. Depois vinham as iguarias, apresentadas sobre uma esteira de juncos trançados que eram estendidos no solo. O Inca se acomodava em seu assento de madeira, coberto com uma tela fina de lã e indicava o que lhe agradava. Daí, uma das mulheres de seu séqüito o servia em um prato de barro ou de metal precioso, que segurava entre suas mãos enquanto ele comia. As sobras e tudo o que o Inca havia tocado deviam ser guardados em um cofre e queimados logo depois, dispersando as cinzas.

Bebidas e Coca

Os Incas bebiam álcool depois de comer ou nas festas e celebrações. Qualquer ritual de passagem (nascimento, puberdade, matrimônio ou morte) e até qualquer trabalho extraordinário, era acompanhado do consumo do álcool.

A chicha era a sua principal bebida alcoólica. Era obtida do milho. Sua elaboração era feita pelas mulheres idosas, que tinham experiência e sabiam dar o ponto adequado. Elas mastigavam os grãos de milho e os cuspiam em uma vasilha, onde eles fermentavam graças às enzimas da saliva. A pasta obtida era levada a um canteiro com água, que era enterrado, para que o calor ativasse melhor a fermentação. O grau alcoólico da bebida aumentava com o transcurso dos dias. Era possível tomar chicha de uma semana, de dois ou de um mês, de acordo com o nível de embriaguez desejado pelo consumidor.

A ingestão de estimulantes era muito comum entre os incas. O mais comum era a coca, que permitia que eles trabalhassem ininterruptamente, sem se cansar ou sentir fome.

As folhas de coca eram misturadas com pó de cal, de conchas marinhas trituradas ou de uma variedade de arroz andino, formando uma bola, que era passada de um lado para o outro da boca.

Festas e Espetáculos

As festas oficiais tinham uma parte de cerimônia religiosa ou oficial, mas depois davam lugar para as diversões. A cidade com mais festas programadas era Cuzco, com até 158 por ano. O mais comum no mundo inca eram três festas por mês. As de agricultura e das batatas eram acompanhadas de bailes populares. Na primeira, cada um dançava levando sua enxada e na segunda as mulheres dançavam enquanto seguravam os mantos com as duas mãos, simulando a semeadura.

Mas a festa de verdade vinha depois, quando era celebrada a grande comilança, regada com muita chicha. Cada convidado levava sua comida e bebida colocando-as em uma fileira. O Inca ou algum de seus representantes presidia a festa, ficando sentado em um dos extremos das fileiras. Havia cantos e narrações. Os participantes se convidavam mutuamente para beber. O álcool soltava-lhes a língua e eles contavam piadas e fofocas. Eles também aproveitavam uma das danças mais populares, o way-yaya.

Além das festas, havia espetáculos públicos que combinavam a dança, o canto, e o teatro. Nesse último desenvolveram-se dois gêneros principais, além do religioso: as comédias e as tragédias sobre a vida dos Incas, ou sobre a vida íntima das pessoas. A wanca era uma representação de evocação histórica. A aranway, uma dramatização jocosa acompanhada de música e canto. O espetáculo acontecia no walk, que era o centro sagrado do teatro.

Agricultura

No apogeu da civilização Inca, por volta do ano de 1400, a agricultura organizada espalhou-se por todo o império, desde a Colômbia até o Chile, com o cultivo de grãos comestíveis da planície litorânea do pacífico, passando pelos altiplanos andinos e adentrando na planície amazônica oriental.

Calcula-se que os Incas cultivavam cerca de setecentas espécies vegetais. A chave do sucesso da agricultura Inca era a existência de estradas e trilhas, que possibilitavam uma boa distribuição das colheitas numa vasta região.

As principais culturas vegetais eram as batatas (semilha), batatas doce (batatas), milho, pimentas, algodão, tomates, amendoim, mandioca e um grão conhecido como quinua.
O plantio era feito em terraços e já se usava a adiantada técnica das curvas de nível, sendo os Incas os primeiros a usar o sistema de irrigação.

Os Incas usavam varas afiadas e arados para revolver o solo, e também a lhama para transporte das colheitas, embora tais animais fornecessem também lã para fazer tecidos, mantas, cordas, couro e carne. Ervas aromáticas e medicinais também eram plantadas e as folhas de coca eram reservadas para a elite. Toda a produção agrícola era fiscalizada pelos funcionários do império.

Caça

Os Incas usavam o arco de flechas e zarabatanas para caçar animais como cervos, aves e peixes, que lhes forneciam carne, couro e plumas usadas em seus tecidos. A caça era coletiva e o método mais usual era de formar um grande círculo que ia se fechando sobre um centro para onde iam os animais.

Moeda

Os Incas não usavam dinheiro propriamente dito. Eles faziam trocas ou escambos com suas mercadorias produzidas.

A Arquitetura e o Urbanismo

Os Incas utilizaram a pedra como base das construções. Embora habitassem uma região montanhosa, onde a dificuldade de construir é maior, construíram templos, diques, canais de água, casas, palácios e observatórios astronômicos. Para ligar as construções, fizeram uma rede de estradas de pedra.

Guerras


É lógico que muito antes que a civilização Inca aparecesse em solo sul-americano, outros povos com estrutura organizada já marcavam presença. Conta a história que por volta de 1464, o reino Chimú foi invadido por um povo mais militar e ideológicamente estruturado, constituindo um novo reino esplêndido e complexo - os Incas - que pode ser comparado às grandes civilizações do passado.

Dominio da Espanha

Quando Huayna Capac se tornou o imperador Inca, houve uma guerra de sucessão, que algumas fontes sustentam ter durado cerca de doze anos. A causa alegada da guerra é que Huayna fora muito cruel com o povo.

Rumores se espalharam pelo Império Inca como fogo sobre um estranho 'homem barbado' que 'vivia numa casa no mar' e tinha “raios e trovões em suas mãos”. Este homem estranho começava a matar muitos dos soldados incas com doenças que trouxera.

Quando Huayna Capac morreu, o império estava desgastado e ocorreu uma disputa entre seus dois filhos. Cuzco, que era a capital, havia sido dada para o suposto novo imperador Huascar, que foi considerado como pessoa horrível, violenta e quase louca, atribuindo-se a ele o assassinato da própria mãe e da sua irmã que forçara a desposá-lo.
Atahualpa reivindicava ser o filho favorito de Huayna Capac, posto que a ele fora dado o território ao norte de Quito (cidade moderna do Equador) razão porque Huascar teria ficado muito bravo.

A guerra civil de sucessão se travou entre os dois irmãos, chamada Guerra dos Dois Irmãos, na qual pereceram cerca de cem mil pessoas.

Depois de muita luta, Atahualpa derrotou Huascar e então, conta-se, era ele que se tornara enlouquecido e violento, tratando os perdedores de forma horrível. Muitos foram apedrejados (nas costas) de forma a ficarem incapacitados, nascituros eram arrancados dos ventres das mães, aproximadamente 1500 membros da família real, incluindo os filhos de Huascar foram decapitados e tiveram seus corpos pendurados em estacas para exibição. Os plebeus foram torturados.

A Conquista de Pizarro

Atahualpa estava em viagem quando Francisco Pizarro e seus homens encontraram o seu acampamento. Pizarro enviou um mensageiro a Atahualpa perguntando se podiam se reunir. Atahualpa concordou e se dirigiu ao local onde supostamente iriam conversar e, quando lá chegou, o local parecia deserto. Um homem de Pizarro, Vicente de Valverde interpelou Atahualpa para que ele e todos os Incas se convertessem ao cristianismo, e se ele recusasse, seria considerado um inimigo da Igreja e de Espanha.

Como era esperado, Atahualpa discordou, o que foi considerado razão suficiente para que Francisco Pizarro atacasse os Incas. O exército espanhol abriu fogo e matou os soldados da comitiva de Atahualpa e, embora pretendesse matar o Inca, aprisionou-o, pois tinha planos próprios.
Uma vez feito prisioneiro, Atahualpa não foi maltratado pelos espanhóis, que permitiram que ele ficasse em contacto com seu séquito. O imperador Inca, que queria libertar-se, fez um acordo com Pizarro. Concordou em encher um quarto com peças de ouro e outro com peças de prata em troca da sua liberdade.

Pizzaro não pretendia libertar Atahualpa mesmo depois de pago o resgate porque necessitava de sua influência naquele momento para manter a ordem e não provocar uma reação maior dos Incas, que acabavam de tomar conhecimento dos espanhóis.
Além disto, Huáscar ainda estava vivo e Atahualpa, percebendo que ele poderia representar um governo fantoche mais conveniente para a dominação por Pizarro, ordenou a execução de Huáscar. Com isto, Pizarro sentiu a frustração de seus planos e acusou Atahualpa de doze crimes, sendo os principais o assassínio de Huáscar, prática de idolatria e conspiração contra o Reino de Espanha, sendo julgado culpado por todos os crimes e condenado a morrer queimado.

Já era noite alta quando Francisco Pizarro decidiu executar Atahualpa. Depois de ser conduzido ao lugar da execução, Atahualpa implorou pela sua vida. Valverde, o padre que havia presidido o processo propôs que, se Atahualpa se convertesse ao cristianismo, reduziria a sentença condenatória. Atahualpa concordou em ser batizado e, em vez de ser queimado na fogueira, foi morto por estrangulamento no dia 29 de agosto de 1533. Com a sua morte também acabava a "existência independente de uma raça nobre".

A morte de Atahualpa foi o começo do fim do Império Inca, a instabilidade ocorreu rapidamente. Francisco Pizarro nomeou Toparca, um irmão de Atahualpa, como regente fantoche até a sua inesperada morte. A organização inca então se esfacelou. Remotas partes do império se rebelaram e nalguns casos formavam alianças com os espanhóis para combater os Incas resistentes. As terras e culturas foram negligenciadas e os Incas experimentaram uma escassez de alimentos que jamais tinham conhecido.

Agora os incas já haviam aprendido com os espanhóis o valor do ouro e da prata e a utilidade que antes desconheciam e passaram a pilhar, saquear e ocultar tais símbolos de riqueza e poder. A proliferação de doenças comuns da Europa, para as quais os Incas não tinham defesa, se disseminaram e fizeram o seu papel no morticínio de centenas de milhares de pessoas.
O ouro e a prata tão ambicionados por Pizarro e os seus homens estavam em todo o lugar e nas mãos de muitas pessoas, subvertendo a economia com a enorme inflação. Um bom cavalo passou a custar $7000 até que, por fim, os grãos e gêneros alimentícios acabaram mais valiosos que o precioso ouro dos espanhóis. A grande civilização Inca, tal como conhecida, já não existia.

Consequências do Império Inca

O Império Inca foi derrubado por menos de 200 homens e 27 cavalos, mas também por milhares de ameríndios, que se juntaram às tropas espanholas por descontentamento em relação ao tratamento dado pelo Império Inca. Pizarro e os espanhóis que o seguiram oprimiram os incas tanto material como culturalmente, não apenas explorando-os pelo sistema de trabalho de "mitas" para extração da prata potosí, como reprimindo as suas antigas tradições e conhecimentos. No que se refere à agricultura, por exemplo, o abandono da avançada técnica agrícola Inca acabou instalando uma persistente era de escassez de alimentos na região.

Uma parte da herança cultural foi mantida, tratando-se das línguas quíchua e aimará, isto porque a Igreja Católica escolheu essas línguas nativas como veículo da evangelização dos Incas. Daí passaram a escrevê-las com caracteres latinos e ensiná-las como jamais ocorrera no Império Inca, fixando-as como uma das línguas mais faladas entre as dos ameríndios.

Mais tarde, a exploração opressiva foi objeto de uma rebelião, cujo líder Tupac Amaru, considerado o último Inca, acabou inspirando o nome do movimento revolucionário peruano do século XX, o MRTA, e o movimento uruguaio dos Tupamaros. A história de planeamento econômico dos Incas e boas doses de maoísmo são também a inspiração revolucionária do atual movimento Sendero Luminoso, no Peru.


5 comentários:

  1. Meninos,
    Tá ficando bom o blog de vcs gostei de ver ... só precisa organizar e formatar! né! (colocar as fontes de onde vcs estão coletando as idéias!)
    bjus Profª Elaine

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  2. Ainda tá faltando conteúdo sobre os astecas e o maias!

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